Uma das maiores preocupações de quem vai viajar para destinos da América do Sul como Cusco e Machu Pichu (no Peru), La Paz e Sucre (na Bolívia) ou qualquer viagem pela Cordilheira dos Andes, é o mal estar provocado pela altitude, o famoso mal da montanha, também conhecido como soroche.

Qualquer lugar a partir dos 2.000 metros, mais ou menos, pode provocar alterações no organismo e causar reações um tanto desconfortáveis para o viajante. Isso acontece principalmente com nós, brasileiros, que vivemos em cidades com baixa altitude ou até a nível do mar, como no litoral.

Por isso, se você tem alguma viagem programada para alguma região da América do Sul em que as altitudes podem variar de 3.000 até 5.000, confira esse artigo onde vamos explicar o que é o soroche, os principais sintomas e como prevenir. 

O que é o mal de altitude ou soroche?

O soroche, ou mal de altitude, ou até mal da montanha como também pode ser chamado, é um desconforto físico provocado pela elevada altitude da qual nossos corpos não estão acostumados. Ou seja, é um processo de adaptação que o organismo irá passar até se adaptar às condições do local.

Em cidades onde as altitudes passam dos 2 mil metros, o ar é mais rarefeito, causado pela pressão atmosférica que é menor nessas regiões. Tudo isso faz com que falte oxigênio no sangue, diminuindo a capacidade dos órgãos de funcionar normalmente, acarretando no mal estar.

Antes de mais nada, vamos deixar claro que os sintomas do soroche não acomete a todos os viajantes. Então pode ser que você faça um trekking pelo Deserto do Atacama no Chile ou suba na Montanha do Arco-Íris no Peru e não sinta nada de diferente.

Porém, grande parte das pessoas sentem ao menos algum sintoma, que podem ser associados ou não. E outro fator importante que vamos reforçar aqui é: independente de qualquer desconforto que você sinta ao viajar para esses destinos, isso tudo é uma resposta do organismo para se adaptar às condições diferentes, ou seja, logo passará e você não se sentirá mais nenhum indício do soroche.

Quais são os sintomas do soroche?

Os sintomas do soroche podem variar desde os primários (mais comuns e mais fáceis de tratar) até os mais severos, necessitando até de intervenção médica.

O principal sintoma é a dor de cabeça. Confira os sintomas mais comuns:

• Dores de cabeça;
• Tontura;
• Náusea e vômito;
• Insônia;
• Falta de apetite;
• Cansaço geral;
• Fadiga;
• Falta de ar;
• Mal estar;
• Enjoo;
• Aumento da pressão arterial.

Os sintomas, como já falamos, variam muito de pessoa para pessoa. Porém, se persistirem ou estiverem muito agravados, é recomendado procurar um médico.

Existem também os casos mais extremos, onde ocorrem reações fortes como:

• Alucinações;
• Perda da coordenação motora ou da fala;
• Muita falta de ar, mesmo em repouso;
• Excesso de cansaço e sonolência;
• Tosse espumosa ou com sangue;
• Alterações visuais.

Nesses casos, é imprescindível uma análise clínica. Então, se caso você apresente algum dos sintomas acima, procure um médico.

O que fazer para prevenir o soroche?

Alguns cuidados devem ser tomados para evitar o mal de altitude. Mesmo sem garantias de que você ficará imune – pois como já dissemos, é um fator que pode atingir qualquer um – é importante fazer o possível para que o seu organismo se adapte às elevadas alturas.

1. Beba muita água

Essa é a regra número um para evitar passar mal com o soroche. Manter o corpo hidratado é fundamental para o organismo que está sobrecarregado pela falta de oxigênio na corrente sanguínea. 

Por isso, beba água mesmo se não estiver sentindo sede. 

2. Cuide da alimentação

Além de cuidar da hidratação, é fundamental alimentar-se bem para que o corpo sofra menos dos efeitos do ar rarefeito. 

Dê preferência a alimentos mais leves e naturais como saladas, frutas, legumes e cereais. Nós aconselhamos a ingestão de sopas e a evitar carnes ou comidas muito gordurosas.

3. Faça aclimatação

A aclimatação nada mais é do que a adaptação do corpo. Ou seja, ao fazer uma viagem para locais de elevadas altitudes, não resolva fazer trekking pela montanha mais alta logo no primeiro dia que chegar na cidade.

Por exemplo: vai para o Peru para conhecer Machu Picchu? Reserve pelo menos um dia antes da caminhada mais longa para passeios mais tranquilos e que exijam menos. 

4. Devagar e sempre

Pode até parecer pegadinha essa dica, mas o lema aqui é andar devagar. Diminuir o ritmo dos passos vai te ajudar com o sintoma da falta de ar.

Subir lances de escadas ou até fazer caminhadas leves parece quase um treinamento aeróbico quando estamos falando de soroche. Evite qualquer esforço físico para poupar a respiração.

Mas sem desespero! É possível sim fazer os passeios da Montanha do Arco-íris no Peru ou passear pelos vulcões do Deserto Atacama tranquilamente. Basta respeitar o seu corpo e ir num ritmo que te dê segurança.

5. Mastigue folhas de coca

Essa dica é milenar e é um hábito dos povos andinos e incas que moram na região. A tradição realmente alivia os sintomas do soroche, pois os efeitos  da folha de coca são terapêuticos. Apesar do sabor um pouco amargo, as propriedades da planta trazem alívio para todos que mascam.

6. Chá de coca ou chá de chachacoma

Tanto a erva de coca como a de chachacoma são ervas medicinais apreciadas pelos moradores das regiões de elevadas altitudes.

Você pode consumir sempre que quiser e em qualquer lugar enquanto estiver dentro dos países como Chile, Peru, Argentina ou Bolívia. 

Inclusive, é usado com frequência tanto a folha para mascar quanto os chás e você pode encontrar até nos hotéis as iguarias para consumo.

Como tratar o soroche? 

Se você percebeu que está com o mal de atitude, a primeira coisa que precisa fazer é manter a calma. Se você está em um local de extrema altitude, por exemplo no topo de uma montanha em uma trilha, a primeira opção é descer e fazer o caminho de volta. 

Existem alguns medicamentos e medidas que você pode tomar caso perceba que o grau dos sintomas está atrapalhando sua viagem:

• Sorojchi Pill: É um medicamento em comprimido para aliviar os sintomas do soroche. Você encontra em farmácias mesmo e ele irá agir na dor de cabeça e enjoos.

• Acetazolamida ou Diamox: diferente de apenas tratar os sintomas, essa medicação irá ajustar seu corpo aos efeitos da altitude. Porém, para consegui-lo é necessário consultar um médico para ajustar a dosagem e saber se você não tem nenhuma contra-indicação.

• Bombinhas de oxigênio: Esse é um recurso emergencial para auxiliar na quantidade de O2 caso se sinta muito ofegante e com falta de ar. Lembrando que não se deve usar o tempo todo e a falta de ar estiver num nível insuportável, procure atendimento médico.

Dica importante da Livare Viagens

É importante saber que cada organismo é diferente e responderá de forma diferente nas condições do terreno elevado. Por isso, pense na experiência que você poderá ter ao conhecer as maravilhas que encontramos pela América do Sul.

Outra dica que damos aqui é: tenha um seguro viagem. É imprescindível para a sua segurança e saúde viajar com um seguro que te permita fazer o trajeto sem preocupações, assim você consegue aproveitar ao máximo e não se afligir diante de qualquer adversidade.

Por isso, em nossas viagens nós sempre indicamos as melhores opções de seguro viagem, além de manter um suporte 24h para auxiliar durante a sua jornada. Além disso, contamos com guias bilíngues e especialistas em América do Sul, que estarão sempre a postos para ajudar com o que você precisa.

Concluindo, viajar pela América do Sul vale muito a pena. Não deixe de aproveitar qualquer oportunidade de conhecer lugares incríveis só por medo de passar algum mal. Toda experiência é válida e deve ser levada em conta.