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O que é turismo sustentável e quais são os principais destinos na América do Sul?

11 Minutos de leitura

O turismo sustentável é uma necessidade global. Diante dos impactos negativos do turismo convencional, cresce a busca por experiências que respeitam o meio ambiente, valorizam culturas locais e contribuem para a economia das comunidades visitadas. 

Os melhores destinos na América do Sul têm se destacado por unir beleza natural com responsabilidade social e ambiental. Neste artigo, você entenderá o que é esse conceito, sua importância e como identificar práticas verdadeiramente responsáveis.

O que é turismo sustentável e qual sua importância?

É uma forma de viajar que busca equilibrar os interesses econômicos, sociais e ambientais nos destinos turísticos. 

A proposta, portanto, é minimizar os impactos negativos causados pela atividade turística, ao mesmo tempo em que promove benefícios para a população local e preserva o meio ambiente.

Com o aumento das preocupações globais sobre mudanças climáticas e preservação da biodiversidade, o turismo sustentável no Brasil e em toda a América do Sul ganha cada vez mais destaque. 

Essa prática incentiva o visitante a ser consciente e responsável em todas as etapas da viagem.

Definição de turismo sustentável segundo a OMT

De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), esse turismo é aquele que:

“Leva plenamente em conta os impactos econômicos, sociais e ambientais atuais e futuros, atendendo às necessidades dos visitantes, da indústria, do meio ambiente e das comunidades anfitriãs”.

Ou seja, trata-se de um modelo de turismo que busca gerar desenvolvimento, mas sem comprometer os recursos naturais e culturais do destino visitado.

Impacto do turismo tradicional e o papel da sustentabilidade

O turismo tradicional, quando mal planejado, pode provocar sérios danos: degradação ambiental, descaracterização cultural e exploração de mão de obra local. 

Com o aumento do fluxo de turistas em áreas frágeis, surgem problemas como poluição, escassez de água, destruição de ecossistemas e, além disso, aumento do custo de vida para os moradores.

Nesse contexto, o sustentável surge como alternativa mais equilibrada. Então, ele promove o uso racional dos recursos naturais, respeita as culturas locais e distribui melhor os benefícios econômicos da atividade turística.

Benefícios do turismo sustentável para comunidades e meio ambiente

Entre os principais benefícios, destacam-se:

  1. Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
  2. Valorização das tradições e da cultura local;
  3. Geração de emprego e renda nas comunidades visitadas;
  4. Educação ambiental para turistas e moradores;
  5. Incentivo à conservação de áreas naturais.

Destinos que adotam práticas sustentáveis tendem a atrair um perfil de turista mais consciente, disposto a investir em experiências responsáveis e transformadoras.

Vista panorâmica da Ilha Bartolomé nas Galápagos com praia de areia clara, águas calmas e formação rochosa pontiaguda no mar.
A Ilha Bartolomé é um dos destinos mais icônicos do arquipélago de Galápagos, no Equador

Quais são os pilares do turismo sustentável?

Ele é guiado por três pilares fundamentais: o ambiental, o social e o econômico. Desse modo, juntos, eles garantem que a atividade turística respeite os recursos naturais, beneficie a população local e mantenha a viabilidade financeira a longo prazo.

Entender esses pilares é essencial para aplicar o conceito de forma prática, seja em pequenas comunidades ou grandes destinos turísticos.

Sustentabilidade ambiental no turismo

Ele se baseia na preservação dos recursos naturais e, ainda mais, no uso consciente dos atrativos ecológicos para garantir sua existência no futuro.

Esse cuidado deve estar presente em todas as etapas da experiência turística: desde o transporte até as atividades realizadas no destino.

Preservação da fauna, flora e uso consciente dos recursos

Práticas como limitar o número de visitantes em trilhas, evitar o uso excessivo de água em hospedagens e proteger espécies locais são exemplos de ações ambientais sustentáveis.

O turismo, além disso, pode incentivar a conservação, desde que os empreendimentos sigam normas ambientais rígidas e os turistas atuem de forma responsável.

Responsabilidade social nas práticas turísticas

O segundo pilar foca no impacto social que o turismo causa. Por exemplo, ele só é eficiente se respeitar e incluir as comunidades locais nas decisões e nos benefícios gerados pela atividade turística.

Isso significa promover a equidade, garantir boas condições de trabalho e, ainda mais, valorizar a identidade cultural dos povos da região.

Geração de renda e valorização cultural local

Projetos de turismo sustentável que contratam guias locais, compram de produtores regionais e estimulam o turismo comunitário geram renda direta para os moradores e fortalecem a economia local.

Ao mesmo tempo, ajudam a preservar tradições, línguas e saberes que poderiam ser esquecidos com o avanço do turismo convencional.

Viabilidade econômica e gestão dos recursos

Por fim, o pilar econômico reforça a necessidade de que o turismo seja financeiramente viável. Assim, sem retorno, os projetos não se mantêm no longo prazo, mesmo que sejam bem intencionados. 

O desafio está, portanto, em equilibrar o lucro com responsabilidade e transparência.

Turismo como fonte de desenvolvimento de longo prazo

Quando bem gerido, o turismo pode se tornar uma fonte de desenvolvimento contínuo para regiões inteiras. Então, ele gera empregos, movimenta diversos setores da economia e contribui para o crescimento, sem destruir o que o torna atrativo.

Empreendimentos sustentáveis devem reinvestir parte dos lucros em ações que beneficiem o destino — como educação, infraestrutura ou conservação ambiental.

Quais os principais desafios do turismo sustentável na América do Sul?

A região possui grande diversidade natural e cultural, mas carece de estrutura, planejamento e fiscalização adequados.

Esses desafios impedem que muitas iniciativas sustentáveis alcancem todo o seu potencial. Dessa forma, entender as barreiras é essencial para superá-las e transformar o turismo em um motor de desenvolvimento responsável.

Cordilheira das Torres del Paine no Chile, com picos nevados, nuvens densas e lago de águas azul-turquesa em primeiro plano.
O Parque Nacional Torres del Paine é localizado na região da Patagônia chilena

Falta de estrutura e fiscalização em destinos naturais

Muitos destinos sul-americanos sofrem com infraestrutura precária. Assim, trilhas mal sinalizadas, ausência de controle de visitantes e falta de gestão de resíduos são problemas recorrentes.

A fiscalização ambiental é limitada, o que permite práticas predatórias como turismo em áreas de preservação sem controle, pesca ilegal e poluição de rios e praias.

Esse cenário prejudica a preservação ambiental e, além disso, compromete a qualidade da experiência turística.

Massificação do turismo e impactos socioambientais

O crescimento acelerado do turismo, sem planejamento, leva à massificação dos destinos. Então, locais antes tranquilos enfrentam superlotação, aumento no custo de vida e degradação ambiental.

Esse processo afeta comunidades locais, que muitas vezes não recebem os benefícios gerados pela atividade turística. Assim, a cultura é explorada como produto e o meio ambiente sofre danos difíceis de reverter.

Para que esse turismo avance, é preciso adotar políticas de controle de fluxo, descentralizar roteiros e incentivar modelos comunitários.

Educação e conscientização de turistas e empreendedores

Outro grande desafio é a falta de educação ambiental tanto por parte dos visitantes quanto dos empreendedores turísticos. Muitos turistas não entendem a importância de suas ações, como recolher o lixo, evitar barulho em áreas naturais ou respeitar a cultura local.

Do lado dos negócios, ainda há resistência em investir em práticas sustentáveis por falta de conhecimento ou percepção de que são “caras” e pouco lucrativas.

Campanhas de conscientização, certificações sustentáveis e, ainda mais, incentivo a boas práticas são fundamentais para mudar esse cenário.

Qual é a diferença entre turismo sustentável, ecoturismo e turismo de base comunitária?

Embora sejam frequentemente confundidos, turismo sustentável, ecoturismo e turismo de base comunitária são conceitos distintos, mas complementares. 

Todos compartilham o objetivo de minimizar impactos negativos e maximizar os benefícios sociais, culturais e ambientais das viagens, mas cada um possui características próprias que os diferenciam.

Turismo sustentável: o conceito mais amplo

O turismo sustentável é um modelo que se aplica a todos os tipos de turismo — desde viagens urbanas até passeios na natureza. 

Ele visa atender às necessidades dos turistas, das comunidades anfitriãs e do meio ambiente, garantindo que os recursos naturais e culturais sejam preservados para as gerações futuras.

Esse tipo de turismo envolve ações como:

  • redução de resíduos e emissão de carbono;
  • uso responsável da água e energia;
  • respeito à cultura local;
  • geração de renda e oportunidades para a população local.

Ecoturismo: natureza em foco

O ecoturismo é uma modalidade dentro do turismo sustentável, com foco específico em áreas naturais conservadas. 

Seu objetivo principal é promover a educação ambiental, a apreciação da biodiversidade e a preservação dos ecossistemas, aliando lazer e conscientização.

Características principais do ecoturismo:

  • atividades como trilhas, observação de aves e cachoeiras;
  • acompanhamento por guias locais capacitados;
  • regras rígidas para evitar impactos ambientais;
  • conexão com a natureza e aprendizado sobre fauna, flora e geografia.

Turismo de base comunitária: protagonismo local

O turismo de base comunitária (TBC) é uma prática que coloca as comunidades locais como protagonistas da experiência turística. 

Nesse modelo, os próprios moradores organizam, operam e recebem os visitantes, valorizando saberes tradicionais, cultura e modos de vida locais.

É uma forma de turismo transformador, que:

  • gera renda direta para a comunidade;
  • promove o fortalecimento cultural;
  • incentiva o intercâmbio de experiências entre visitantes e anfitriões;
  • estimula o empoderamento social e econômico das populações envolvidas.

Enquanto o turismo sustentável serve como uma diretriz global para o desenvolvimento do setor, o ecoturismo e o turismo de base comunitária são formas práticas de colocar essa filosofia em ação. 

Juntos, eles constroem um caminho mais ético, consciente e respeitoso para quem deseja viajar e, ao mesmo tempo, contribuir para um mundo melhor.

Quais são os principais exemplos de turismo sustentável na América do Sul?

Diversos destinos, como o Jalapão, vêm se destacando por suas boas práticas, unindo conservação e hospitalidade com impacto positivo.

Jalapão (Brasil): turismo de natureza com responsabilidade

Localizado no estado do Tocantins, o Jalapão é conhecido por suas paisagens únicas, com dunas, fervedouros e cachoeiras. 

O turismo na região é orientado por regras rígidas de preservação ambiental, com agências credenciadas e limite de visitantes em áreas sensíveis.

O modelo adotado prioriza, além disso, o turismo de base comunitária, beneficiando diretamente moradores locais por meio de hospedagens familiares, artesanato e guias regionais.

Galápagos (Equador): controle rigoroso e preservação da biodiversidade

As Ilhas Galápagos contam com políticas rigorosas para proteger sua biodiversidade única. Então, o número de turistas é limitado por lei e os roteiros são controlados pelo Parque Nacional, que prioriza o mínimo impacto ambiental.

Essa abordagem garante a preservação de espécies endêmicas e o respeito à cultura dos moradores locais, que participam ativamente da gestão do turismo.

Torres del Paine (Chile): ecoturismo e conservação ambiental

O Parque Nacional Torres del Paine é um ícone do ecoturismo na América do Sul. Assim, localizado na Patagônia chilena, o destino oferece trilhas, lagos, montanhas e glaciares que encantam os visitantes.

Para reduzir os impactos da visitação, o parque adota medidas como acampamentos controlados, regras de conduta rígidas e ações de educação ambiental. Além disso, hotéis sustentáveis e serviços guiados promovem uma experiência responsável e segura.

Chapada dos Veadeiros (Brasil): turismo comunitário e biodiversidade

A região é lar de comunidades tradicionais e alternativas que desenvolvem hospedagens ecológicas, alimentação orgânica e vivências culturais.

O Parque Nacional da Chapada conta com estrutura para visitantes, controle de acesso e ações de preservação da fauna e flora do Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do país.

Colômbia rural: turismo regenerativo com impacto social

Nos últimos anos, a Colômbia tem apostado no turismo regenerativo, principalmente em áreas rurais e indígenas. Portanto, regiões como Sierra Nevada de Santa Marta oferecem experiências imersivas, com foco na regeneração ambiental e inclusão social.

Guias locais, hospedagens familiares e atividades agroecológicas transformam o turismo em um instrumento de paz e reconciliação em áreas antes marcadas por conflitos.

Formações rochosas esculpidas pela água no Vale da Lua, com vegetação ao fundo e montanhas sob céu azul ao entardecer.
Chapada dos Veadeiros, em Goiás, Brasil, é um dos melhores destinos para se visitar

Como planejar uma viagem baseada no turismo sustentável?

Isso vai além da escolha do destino. Afinal, cada decisão — da hospedagem aos meios de transporte — pode contribuir para reduzir impactos negativos e gerar benefícios reais para o local visitado.

A seguir, veja como colocar esse conceito em prática desde o planejamento da sua próxima viagem.

Escolha de hospedagens com certificações sustentáveis

Opte por pousadas, hotéis ou ecolodges que possuam selos reconhecidos de sustentabilidade, como Green Key, EarthCheck ou Biosphere. 

Essas certificações garantem que o empreendimento adota práticas como uso de energia limpa, tratamento de resíduos e apoio à economia local.

Essas hospedagens, além disso, normalmente oferecem experiências mais autênticas e alinhadas com o respeito ao meio ambiente.

Atitudes conscientes durante a viagem

Durante a viagem, o comportamento do turista faz toda a diferença. Portanto, pequenas ações diárias demonstram respeito ao ambiente e à cultura do lugar.

Redução de resíduos, economia de água e apoio ao comércio local

Evite o uso de plásticos descartáveis, leve sua própria garrafa reutilizável e sacolas de pano. Assim, ao consumir alimentos e lembranças, priorize produtores e estabelecimentos da região. Essas atitudes geram renda e fortalecem a economia local de forma mais justa.

Atenção também ao uso consciente de recursos naturais, como água e energia, especialmente em destinos com infraestrutura limitada.

Respeito à cultura e aos limites ambientais do destino

Aprenda sobre os costumes locais antes de viajar e respeite normas culturais e ambientais. Então, evite comportamentos invasivos, roupas inadequadas e exploração de comunidades tradicionais apenas como atrativo turístico.

Siga sempre as orientações em trilhas, parques e áreas de conservação. Desse modo, isso ajuda a proteger a fauna, a flora e a própria experiência do visitante.

Aqui, na Livare, nós priorizamos o turismo sustentável. Quer montar sua viagem dos sonhos? Entre em contato com a gente.

O que mais saber sobre turismo sustentável?

Confira outras questões sobre o tema.

Qual a diferença entre ecoturismo e turismo sustentável?

O primeiro foca em natureza e aventura, enquanto o segundo envolve fatores ambientais, sociais e econômicos.

Existem selos de certificação para turismo sustentável?

Green Key, EarthCheck, Biosphere e Certificação GSTC reconhecem boas práticas sustentáveis no setor.

Como saber se um destino turístico é sustentável?

Avalie se há controle de visitantes, políticas ambientais, incentivo ao comércio local e envolvimento da comunidade.

O turismo sustentável é mais caro que o convencional?

Nem sempre. Então, muitas vezes ele oferece experiências únicas, com ótimo custo-benefício e impacto positivo.

O turismo sustentável funciona em cidades grandes?

Cidades podem implementar mobilidade limpa, consumo local e práticas culturais conscientes para turistas.

Quais são os principais destinos de turismo sustentável na América do Sul?

Alguns dos destaques incluem a Amazônia (Brasil e Peru), Galápagos (Equador), Torres del Paine (Chile), Monte Roraima (Venezuela/Brasil), Pantanal (Brasil), Vale Sagrado dos Incas (Peru) e parques nacionais da Colômbia e Bolívia.

Como o turismo sustentável beneficia as comunidades locais?

Ele gera renda por meio de turismo de base comunitária, fortalece tradições culturais, estimula o comércio justo e promove capacitação de moradores em áreas como hospitalidade e preservação ambiental.

Quais práticas tornam uma viagem mais sustentável?

Optar por hospedagens ecológicas, evitar plásticos descartáveis, respeitar a fauna e flora local, consumir produtos regionais e preferir operadores turísticos que valorizem comunidades e preservação são atitudes-chave.

É mais caro fazer turismo sustentável na América do Sul?

Muitas experiências sustentáveis são acessíveis, especialmente quando envolvem turismo de base comunitária. Além disso, o impacto positivo compensa o investimento em experiências autênticas e responsáveis.

O que é turismo de base comunitária?

É uma forma de turismo sustentável em que comunidades locais recebem os visitantes, oferecendo hospedagem, alimentação e passeios, mantendo o controle sobre a atividade e garantindo que os lucros fiquem na própria região.

O turismo sustentável é só para quem viaja para a natureza?

O turismo sustentável pode ser aplicado em qualquer tipo de viagem, seja para destinos naturais, urbanos, culturais ou históricos. O importante é adotar práticas conscientes, como reduzir o consumo de plástico, respeitar a cultura local e apoiar comércios e serviços da região visitada.

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